Em 1980 foi lançado o documento “Assistência Integral à Saúde da Mulher: bases de ação programática”, que apoiou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, que foi publicado em 1984. O Programa integrou o ideário feminista, dando ênfase aos aspectos da saúde reprodutiva, mas também com o intuito de dirigir uma atenção, desde que fosse integral, à população feminina perpassando por diversas abordagens e fases da vida da mulher, inclusive o climatério.
A saúde da mulher, no Brasil, foi incorporada às políticas nacionais no início do século
XX e a atenção à saúde deste grupo populacional vem seguindo um processo de evolução
no qual os antecedentes podem ser considerados a partir da década de 70. Neste período
o Ministério da Saúde adotava uma concepção mais restrita da saúde da mulher, que se
limitava à saúde materna ou à ausência de agravos associados à reprodução biológica.
Em 1994, lançou-se a “Norma de
Assistência ao Climatério”. Em 1999, a Área
Técnica de Saúde da Mulher adicionou em seu
planejamento a atenção à mulher com mais de 50
anos e em 2003 foi incluído um capítulo especifico
sobre o climatério na Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher – Princípios e
Diretrizes. E em 2008, é lançado o Manual deAtenção à Mulher no Climatério/ Menopausa, que
qualifica uma maior atenção a este grupo, permeando para um assistência humanizada.
Vimos que a saúde da mulher passou por
um processo de viabilização que durou algum
tempo, contudo, nos tempos atuais, a atenção à
saúde da mulher pretende se atrelar a melhoria da
qualidade de vida, tendo em vista que o
climatério não se trata de apenas um problema
médico, mas sim como todo um processo biopsico-social.
O climatério vem de origem grega,
significando período crítico ou qualquer época da
vida considerada crítico. Outro significado,
expressa o climatério como “degrau da escada” e
remete a idéia de uma fase de transição na vida
da mulher, na qual ela está, supostamente
descendo.
O termo climatério é usado popularmente
como sinônimo de menopausa, sendo que esta
acontece no climatério, sendo um fenômeno que
corresponde à cessação permanente das
menstruações, reconhecida quando se passar 12
meses de amenorréia, ou seja, ausência de
menstruação ocorrendo geralmente em torno dos
48 aos 50 anos de idade.
Este período é
caracterizado pelas mudanças hormonais
(diminuição de estrogênio e progesterona),
alterações vaginais e pela menopausa. Há também
repercussões clínicas como a síndrome
climatérica, que é o conjunto de sinais e sintomas
que provocam fogachos, suores, sufocações,
vaginite atrófica, prurido vulvar, dor na
penetração peniana, alterações na libido,
“nervosismo”, fadiga, choro e medo, pele seca e
pouco elástica, problemas com os cabelos,
sensação de bexiga cheia, alterações de memória,
problemas osteomusculares e cardiovasculares .
O Climatério e o profissional de saúde
Em mulheres climatéricas que sofrem de
doenças crônicas, como a hipertensão arterial
sistêmica, a educação se torna um dos principais
instrumentos de cuidado. A vida sedentária, a
falta de incentivo social, os problemas
psicológicos e as relações interpessoais ineficazes,
levam a práticas não valorizadas no que tange ao
autocuidado.
Com isso, a atuação do profissional
de saúde, é de
extrema valia neste momento. E mais uma vez,
concordamos que a educação que este profissional
debruça a essa mulher, faz com que ela se torne
capaz de se cuidar e que a mudança de estilo de
vida que necessita fazer, seja realizada com êxito
e assim usufrua em uma vida mais
saudável.

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