A Constituição Federal de 1988 que incumbe a família, a sociedade e o Estado de garantirem – solidariamente e respeitadas suas respectivas responsabilidades – os direitos das crianças e dos adolescentes.
Assim, na Magna Carta, após as disputas na constituinte, a Doutrina da Proteção Integral recebeu a forma do artigo 227. Vejamos:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, exploração, violência, crueldade e opressão. (Brasil, 1998)
Essa política de garantia e proteção de direitos deve ter como referência
o princípio da ‘absoluta prioridade’. Ou seja, Estado e sociedade estão
juridicamente obrigados a priorizarem o atendimento à criança e ao adolescente
no conjunto de suas políticas.
Do disposto anteriormente, podemos extrair, pelo menos, duas orientações práticas para o cotidiano de trabalho das equipes do Programa de Saúde
da Família (PSF) e, consequentemente, para o dos ACS.
Uma das responsabilidades que pode e deve ter o ACS é a de proceder ao cadastramento das famílias, e, portanto, das crianças e dos adolescentes atendidos por uma determinada unidade. Ademais, tudo aquilo que se referir ao acompanhamento da saúde dessa parcela da população – como, por exemplo, uma visita domiciliar e a consequente identificação de riscos e agravos à saúde infanto-juvenil, ou ainda, o acompanhamento da carteira de vacinação – tornase também uma prioridade dentro das atribuições que pode ter o ACS. Em síntese, é também dever do ACS zelar pelo direito à saúde de um certo número de crianças e adolescentes inscritos no PSF.
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um profissional da saúde que atua na Atenção Básica, sendo responsável por desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de doenças na comunidade. No contexto das políticas públicas de crianças e adolescentes no Brasil, o ACS desempenha um papel fundamental, contribuindo para a garantia do direito à saúde integral desse público.
As principais atribuições do ACS no âmbito das políticas públicas de crianças e adolescentes são:
- Realizar visitas domiciliares às famílias com crianças e adolescentes, a fim de conhecer a realidade social e de saúde dessas famílias e identificar possíveis problemas.
- Oferecer orientações e informações sobre saúde, nutrição, educação e outros temas relevantes para o desenvolvimento infantil.
- Acompanhar o crescimento e desenvolvimento das crianças, realizando o acompanhamento do peso, altura, perímetro cefálico e outras medidas.
- Orientar as famílias sobre a importância da vacinação, do aleitamento materno e de outros cuidados básicos de saúde.
- Identificar e encaminhar crianças e adolescentes em situação de risco para os serviços de saúde e assistência social.
O trabalho do ACS é fundamental para garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso aos cuidados de saúde que precisam para crescer e se desenvolver de forma saudável. O ACS é o elo entre a comunidade e os serviços de saúde, sendo responsável por promover a saúde e a qualidade de vida de crianças e adolescentes em seu território.
A seguir, são apresentados alguns exemplos concretos da atuação do ACS nas políticas públicas de crianças e adolescentes:
- Promoção da saúde infantil: o ACS pode realizar ações de educação em saúde na comunidade, como palestras, oficinas e rodas de conversa, para orientar as famílias sobre temas como alimentação saudável, higiene pessoal, prevenção de doenças e acidentes.
- Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil: o ACS pode realizar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, a fim de identificar possíveis problemas e orientar as famílias sobre como prevenir ou tratar esses problemas.
- Prevenção de violências contra crianças e adolescentes: o ACS pode identificar crianças e adolescentes em situação de risco, como violência doméstica, negligência ou exploração sexual, e encaminhar esses casos para os serviços de assistência social.
O papel do ACS nas políticas públicas de crianças e adolescentes é fundamental para a garantia do direito à saúde integral desse público. O ACS é um profissional que atua na comunidade, conhece a realidade social e de saúde das famílias e pode contribuir para promover a saúde e o desenvolvimento infantil.
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