A urbanização, pobreza e dengue no Brasil

 


Na década de 80, quase todas as cidades litorâneas do Brasil apresentaram registros do mosquito Aedes aegypti que, nos anos seguintes, expandiram-se também para o interior do país. Associado às debilidades dos serviços de saúde supra apresentadas, constatou-se as fragilidades das ações individuais para com a proteção da saúde coletiva, pois, com o aumento da produção de resíduos e diversos recipientes e entulhos derivados do petróleo que, lançados a céu aberto (em ruas, quintais e terrenos baldios) acumulam água das chuvas e favorecem a proliferação dos mosquitos.


A situação atual e preocupante da dengue no Brasil reflete um complexo contexto no qual se interagem ineficácias gerais de atuação do poder público e da sociedade em geral. Assim, deve-se buscar soluções para essa epidemia e também manter planos de combates eficientes contra a febre amarela, cuja transmissão igualmente ocorre pelo Aedes aegyti, sendo que sua migração em massa para o ambiente urbano não deve ser descartada, principalmente porque já houve constatações de casos esporádicos de febre amarela em centros urbanos brasileiros.

No Brasil, a dengue é um problema de saúde pública grave. Em 2022, o país registrou mais de 3,6 milhões de casos da doença, com mais de 60 mil mortes.

Estudos apontam que a pobreza está diretamente relacionada à incidência da dengue. Isso ocorre por diversos fatores, como:

  • Condições de saneamento básico precárias: as pessoas que vivem em áreas com saneamento básico precário têm maior dificuldade de acesso à água tratada e à coleta de lixo, o que favorece a proliferação do mosquito.
  • Moradia inadequada: as pessoas que vivem em moradias inadequadas, como barracos ou casas sem laje, têm maior dificuldade de eliminar os criadouros do mosquito.
  • Acesso limitado aos serviços de saúde: as pessoas que vivem em situação de pobreza têm acesso limitado aos serviços de saúde, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento precoce da doença.

A relação entre a dengue e a pobreza é complexa e multifatorial. É necessário adotar medidas integradas para combater a doença, que incluam ações de saneamento básico, educação em saúde e acesso aos serviços de saúde.

Algumas ações que podem ser adotadas para reduzir a incidência da dengue em áreas de pobreza incluem:

  • Fortalecimento da infraestrutura de saneamento básico: construção de redes de esgoto, captação e tratamento de água, coleta de lixo.
  • Educação em saúde: conscientização da população sobre a importância da prevenção da dengue, com orientações sobre como eliminar os criadouros do mosquito.
  • Acesso aos serviços de saúde: ampliação do acesso aos serviços de saúde, com oferta de diagnóstico e tratamento gratuitos.

A adoção dessas medidas é essencial para proteger a saúde da população e reduzir o impacto da dengue, especialmente nas áreas de pobreza.

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